sábado, 2 de outubro de 2010

Nos levar além.

Lembra quando eu disse que eu sempre esqueço as minhas idéias mirabolantes sobre as inspirações repentinas? Hoje eu lembrei.
Não vou dizer que lembrei detalhadamente, porque você sabe, a minha memória é falha pra algumas coisas, não pra todas, que fique claro.
Eu sei que foi mais ou menos assim:
Algumas coisas me incomodam um pouco, algumas pessoas me incomodam, me deixam com um ar irritado, com o pescoço manchado em vermelho. Eu deveria ser assim com você também, me deixar irritar por mais tempo, pra testar, pra ver se faz diferença. Faz? Quando você diz amor, você pensa em que? em quantas pessoas ao mesmo tempo? Você pensa nos momentos também, não é? Porque se você os ama, você os ama por algum motivo, pela felicidade que lhe causaram, ou até mesmo pela irritação que incomoda, e acredito que tudo isso se engloba muito bem na palavra momento, porque de tudo ele é feito, não?
Feito de você, que apareceu assim, num momento mais ou menos, que de um momento pra outro transformou, ou não. Porque eu não entendo muito os seus jogos, e também nem sei se são jogos de verdade,talvez seja a chuva. É, a chuva, que escorre por entre os dedos da minha mão. Me encharca, no momento seguinte seca. Vai e volta, transborda e esvai.
Nossas vidas são levadas pela música que toca, que nos toca. Que toca no mesmo momento, sem querer, sem perceber, sem pestanejar. De respente se afina, traz a consciência, se perde, a música toca pra um, pra outro não, pra outros não. O Media Player perdeu a função de ligar repetição, ele só aceita o play, sem pausa, sem ordem aleatória, sem uma letra ao fundo, só alguns toques, algumas vozes misturadas sem que façam muito sentido, sem poder escolher, passar, repetir, continuar, andar.
E isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além. (Paulo Leminski)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A gente precisa é de coragem, botar a cara a tapa e tentar descobrir os segredos que se aprofundam em nossas entranhas.
Os nossos caminhos são inumeros e querer planejar essa triagem é como um grande deserto, em que nós projetamos ilusões ópticas sem querer. ou querendo. A vida sempre foi assim, não foi? De uma hora pra outra o mundo gira de uma só vez. É preciso arriscar, apostar, jogar as cartas e deixar a sorte fazer um pouco do seu trabalho.
Joga pra cima, liga o foda-se
A gente corre como se fosse perder o onibus, a gente da sinal, mais o motorista não para. Nunca parou. Não existe tempo, segundo-tempo, não existe prorrogação. Então que se foda.
Os estímulos-respostas se embaralham como as cartas do jogo, existem técnicas para contar as cartas e ganhar as fichas, mais é um pouco chato demais, saber que sempre vai ganhar. Acho que o mundo precisa apanhar um pouco, confessar a candonga.
É, acho que isso, ou não. Esses giros internos são incertos demais e há muita subjetividade pairando. O meu único medo é ter dado pra você guardar tudo o que eu tinha, mais isso também é subjetivo demais.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

As vezes parece até, que a gente deu um nó - Lenine, pra poder começar, ou então continuar talvez até mesmo, estancar. porque assim parece. parece que nada mudou, eu estou no mesmo ponto, porque? As coisas mudaram, as pessoas se foram, eu me fui, mais porque eu insisto em parar de correr? Minhas pernas se movem com freqüência, mais é como se eu estivesse em uma esteira de academia, correndo, mas sem sair do lugar.
o mudo lá fora gira, mais o meu giro não acontece.

sábado, 19 de junho de 2010

Chikens e risos à la Nando. ♪

Inevitavelmente somos sempre subjacentes. Não há nada pra dizer enquanto que, existe um mundo a ser descoberto, de mãos dadas vamos passear.
Ninguém está totalmente prestando atenção em nada, talvez por herança, temos o mesmo jeito de falar das coisas, elas não precisam se encaixar em algum cronograma original, não nos importa, muito menos, o que se passa por trás da porta vinho escura.
Existe um infinito particular. Não é possível, eu presto atenção e eu percebo que é a mesma textura, mais a organização de pensamentos se confunde, é como se quiséssemos tudo, de formas diferentes, como a transformação da água, ela pode se encontrar em vários estados: Sólido, liquido, gasoso - é sempre água, não importa o seu estado físico. São caminhos diferentes de uma mesma composição, uma mesma combinação. Entende? É assim que somos.
No entanto há alguma coisa de fascinante nesse aspecto: Mas diferentes é que somos iguais. não é? Analogia estranha essa, não? Pois é. Talvez, O que sempre me faltava: Cores, colagens, sons, emoção!
E o que estava longe está aqui, dentro e tão perto. De um jeito tão certo que só cabe mesmo em mim ♫

domingo, 16 de maio de 2010

Deu as costas e levou-me embora tudo.
É um tornado, um grande vendaval.
Virou-se, acenou, e nunca mais disse nada.
Talvez uma psicanálise, uma psicanalista. trazer-me à consciência, sentimentos.
Me deu adeus.
Deixou a confusão e a forma humana.
Quem escreve isso?
Um tormento?
Uma grande felicidade?
Ou pseudo feliz.
Talvez até coagular, tornar um pouquinho que fosse, mais sólido.
Um pouco mais viscoso, que conseguisse pegar, arrancar, analisar e diagnosticar.
O que é isso?
Se não podes me responder ao menos me dê um sinal.
Um ultimo tchau.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

tempo.

São sentimentos soltos, abusados, intrometidos, incovenientes, exedentes, perdidos.
Um turbilhão deles sofrem, se perdem, correm e se chocam em paredes cheias de interrogações que voam alto, que se perdem no tempo colorido dos humanos, dos amedrontados, dos impacientes, dos complicados, dos [pré]ocupados, insanos, dos ímprobos, dos fracos, dos fáceis, dos bobos... Se tornam fragmentos, embolados num conjunto de massa cinzenta, que correm pelo sangue e se acumulam no coração.
Acorda pra cuspir, olha pra realidade e por favor não me venha com essa de mundo paralelo dos sonhos e desejos sórdidos. Isso não existe mais, foi-se embora com o tempo, perdeu o encanto, a poesia, os versos a arte de ser.
Vive por ter que viver e acorda porque não aguenta mais os sonhos de beleza que se esvaem, que são apenas sonhos, que não descem do muro. Descobre que não são sonhos, são lembranças que o tempo deixou pra distância ser menor. O tempo não faz idéia do estrago da lembrança.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sofia era uma faisca solta, era exatamente o ponto de felicidade em Erick. Os olhos dela criam um universo particular, todos os mínimos detalhes, os cabelos de um tom peculiar, seus gostos estranhos e a sua voz. Criavam nele momentos únicos e sabia que aquilo poderia ser tudo e ao mesmo tempo não ser nada.
Poderia nunca mais falar com ela. poderia de todos os modos tentar dizer o quanto aquilo cresce dentro dele, poderia fazer comparações, metáforas ou simplesmente olhar todos os dias pra'queles olhos profundos, que penetrava até o fundo da sua alma, querendo achar todos os dias explicações que não existiam. Sentir sem conseguir provar. Sem precisar.Tão diferentes, completamente iguais.
Sofia certamente perceberá aquele dia que alguma coisa acontecia dentro de Erick, porque por mais que ele tentasse disfarçar, alguns sentimentos poderiam ser vistosa olho nu. seu olhar poderia entregar todos os seus mais intensos desejos, a cor rosada do seu pescoço e bochechas.
Sofia não era ingênua, nem tão pouco pura. Era complicada e extremamente perdida em seu próprio mundo colorido. Erick sabia e tão pouco parecia se encomodar com isso.
Talvez fosse isso que o interessasse tanto...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sempre tenho a impressão de que no céu, as nuvem se sobrepõem mais que todas as coisas. Elas sempre me mostram aquilo que eu consigo ver, posso enxergar corações, dragões, ursos e gigantes, e mais um amontoado de desenhos abstratos, eu posso olhar pra elas e dar a forma que eu quiser, mesmo que ninguem mais consiga enxergar o que eu enxergo. eu tenho certeza daquilo que vejo e vejo uma grandeza absurda, porque mesmo que o céu esteja num azul só, em algum lugar desse mundo elas estão trazendo sempre um fenômeno natural e transparente.
um sorriso pra'queles que sabem ver a sua beleza ou então uma chuva que deixa tudo no escuro, que arrebata, que faz voar os cabelos e que depois que passa deixa tudo como estava, intacto, bonito e feliz. O vendaval que causou foi intenso, deixou de pernas pro ar, sem chão. no fim vale a pena, não sei porque.
Um dia eu disse que uma nuvem, seria sempre a minha nuvem de algodão doce, meu riso fácil, minha tranqüilidade mais explosiva, meu infinito. Desde este dia o meu mundo deu um trilhão de voltas.
A nuvem nem se fale, explodiu, deu voltas pelo mundo, conheceu muitos céus e se apaixonou por cada um deles, no entanto ela sempre esteve aqui, junto com as outras e um amontoado de estrelas. Está lá intacta, pronta pros olhos alheios se apaixonarem, pronta pra sorrir, sempre arranjando um jeito de ser feliz
Está lá e mesmo que ela desapareça nesse mundão de deus, quando eu olhar pro meu céu eu vou ver cada pedaço que ela deixou, cada vendaval e chuva que ela trouxe, cada sol que ela abriu, cada escuridão que ela trouxe, cada doçura de abraço, cada sorriso sincero, todas as confissões e todos os sentimentos, todas as minúsculas coisas que eu aprendi, todas as coisas que eu ainda não sei explicar. tudo.
vai ser pra sempre a minha lembrança sem fim.

Todos caminhos trilham pra a gente se ver
Todas as trilhas caminham pra gente se achar, viu?

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A roleta da vida gira, nunca para. O cassino recolhe as apostas, os apostadores oferecem tudo o que tem, a roleta gira mais uma vez, com uma força capaz de trazer de volta aqueles espectadores distraídos. Para, cai num vala. Um beco escuro. O mundo bonito tem um ar cinza, meio turvo, desconcentrado. Os espectadores passam. O apostador lamenta.
A roleta, que sempre esteve em movimento desandou, escorregou, entrou em desastre. O mundo parou, olhou e continuou. Afinal, você não é o único a entrar num jogo sem volta.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Como uma lagarta dentro de um casulo, que se esconde do mundo pra virar gente grande. Pra criar asas, pra ver o mundo lá do alto, pra voar sozinha e olhar com olhos pequeninos seres tão pequenininhos.aposto que se pudesse gritar, gritaria bem alto, e talvez até faça. a gente é que não sabe escutar.
A gente perde. esquece de deixar cair as migalhas de pão. A gente se esconde. perde muito, aprende tanto. talvez pudesse ficar no casulo o tempo todo, sem sentir medo do escuro que incomoda. sem sentir a falta de ar que o pânico da solidão trás. talvez pudesse brincar de deixar e esquecer.
- Deixa o mundo lá fora! Volta pra dentro. É quente, é confortável.
Se conseguisse deixar o corpo lá dentro e levar a alma pra fora. se conseguisse esquecer todos e se concentrar no escuro, talvez vivesse lá por séculos. mais talvez esse não fosse o seu melhor desejo. essa não é a sua melhor fuga, junto com o corpo a mente vaga. vôa pra fora, expande, dilata, amplia, alarga, deixa tudo como uma grande bola. a mente então volta a ser um grande beco sem saída e assim como a lagarta, se contorce pra ver se consegue criar asas.
não consegue.
diferente da lagarta, precisa de empurrão. precisa de alguém, talvez, 'alguens': pra puxar pra fora, pra se libertar, pro beco ter saída. precisa e não pede. sem coragem, sem força pra sair.