segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sonhou. Sonharam.


Depois disso Erick não prestou mais atenção em nada, ela era tudo o que ele conseguia se lembrar, ela era a melhor lembrança em sua mente.


Aquela tarde demorou a passar, os segundos pareciam minutos e os minutos horas. Não agüentava mais, não iria nem tentar se concentrar em qualquer outra coisa que não o levasse a ela. Se lembrava dos seus olhos verdes, não conhecia mais ninguém que tinham esse par de olhos tão puros, tão afetuosos e ao mesmo tão promíscuos.

Naquela noite ele sonhou, sonhou bonito, sonhou com os sorrisos que ela os tinha tirado, sonhou com as coisas boas que ela o proporcionava, sonhou com os cabelos que voaram quando o vento bateu naquela manhã, sonhou com as batidas fortes do seu coração e não queria acordar nunca mais, não agora. Sonhou como nunca havia sonhado antes. Sonhava que era tudo em preto e branco e que em algum momento tudo se paralisou e então as cores apareceram sem pudor. Havia vontade do colorido, havia desejo de vivacidade, como se as cores pudessem o devolver isso e então tinha um olho grande e colorido de um lado além de um sorriso no canto. Sonhou como nunca havia sonhado antes e não queria mais acordar. Sonhou.


Sofia antes de dormir ainda se perguntava quais eram os pensamentos de Erick, não sabia exatamente se gostaria de saber, ela nunca tinha reparado o quanto o sorriso dele era bonito, branco, alinhado e de como o queixo dele era quadrado. Pegou-se pensando coisas tolas e decidiu que não. Não pensou mais. Dormiu. Sonhou.


terça-feira, 13 de outubro de 2009

parede impenetrável

Agora atônito, mas sempre um amor abissal.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Próximos cinquenta minutos.


O contentamento de Erick reluzia, denunciando todo o seu êxito.

Vê-la era um renascimento. Todos os seus problemas e pensamentos iam embora quando Sofia estava por perto, assim como no ônibus, as musicas, as pessoas e os seus pensamentos, talvez ela também fosse uma forma de fuga para a solidão da qual ele sempre tentara escapar.

Os sentimentos de Erick eram sempre reprimidos. Uma repressão que ele mesmo fazia para todas as coisas que surgiam em sua vida, tudo que lhe lembrava certo carinho, afeição, apego, tudo o que era amor, eram sempre reprimidos. A adolescência de Erick era como uma floresta escura, tudo o que ele tinha eram os ruídos, os galhos e a escuridão. Não havia cor em nada. E era isso que Sofia o devolvia. Ela era completamente colorida, desde as suas roupas e seus olhos. Os olhos de Erick eram de um castanho escuro, os de Sofia eram de um verde compenetrante o impressionava e comovia.

Ao olhar o semblante de Sofia, se perguntava quais eram as cores que acompanhavam os seus pensamentos, seriam coloridos, iguais aos pensamentos que ele tinha por ela, ou seriam cores escuras e sem vida das quais ele sempre tentara escapar? Dais quais também, era ela sempre que o extraia?

- Eu odeio o transito. Odeio carros. Odeio Buzinas. Odeio motos. Odeio ônibus. Odeio. Gosto de bicicletas, sem buzinas, muito melhor pro meio ambiente. Por causa do bendito congestionamento, vou ter que ficar aqui, pra fora, esperando a segunda aula! Também chegou atrasado?

(...) Estava visivelmente irritava, falava alto e muito. Tinha as sobrancelhas quase juntas o que trazia a ela um ar de nervosismo.

Erick não tinha prestado atenção em nenhuma de suas palavras. Ele havia prestado atenção no elástico vermelho que prendera seus cabelos e que combinariam com a cor de seus óculos, se ela estivesse usando-os. Ele prestava atenção no modo em que seus lábios se mexiam enquanto falava, de como as suas mãos sempre gesticulavam. Observou a sua roupa, o mesmo moletom verde – Por mais que estivesse sol, ela nunca o deixava em casa. A sua calça que era de um tom pastel e seu tênis, um bom all star. Prestou atenção nos fones de ouvido caído sobre os seus ombros e peitos, queria saber o que estaria ouvindo, por mais que ele soubesse todos os seus gostos musicais. Queria recebê-la com beijos e uns amassos, mais tudo o que ele podia fazer era respondê-la. E isso ele se esquecera de fazer, estava muito entretido com seus próprios pensamentos e quase deixava escapar em voz alta.

Sofia ainda esperava por alguma resposta. Ela já o conhecia de vista, tinha certeza que estavam na mesma sala, ele não fazia parte do grupo descolado, ela também não e nunca prestou tanta atenção nele como prestava agora. Ele estava imóvel e seus olhos estavam em si, neles podiam ser vistos as fantasias que haviam se criado, pareciam muito distantes como se atravessase ela mesma, como se ele pudesse entrar em sua mente e observar tudo o que estava ali, prestes a explodir poucos segundos atrás, mas que ao observar tanta atenção acalmava e já não achava tão ruim assim que o transito tivesse a atrasado, para ela era fascinante olhar por dentro daqueles olhos escuros também e tentar decifrar o que ele estaria pensando ao seu respeito. Sofia podia observar as mudanças do humor repentino: o franzir que a testa de Erick fazia, logo em seguida um sorriso meio de canto, depois certo susto e logo em seguida a resposta ou o que Sofia pensara que ia ser uma resposta.

-Seus olhos estão de um verde mais escuro hoje.

Aquilo sim escapara da boca de Erick sem que ele desejasse, os pensamentos eram tantos que alguma coisa ia escapar, ele tinha certeza, por sorte, foi apenas o comentário sobre a cor dos olhos e não o constante desejo de agarrá-la ali mesmo.

- Mais escuros?

Erick não esperava que aquela fala saísse então não tinha mais nenhuma outra em mente pra dizer. Tentou achar mil modos de continuar a conversa sem que ela percebesse o seu interesse. Mais toda vez que pensava em algo pra dizer ele caia nas cores, cores pelas quais ele se apaixonava. E se ela não visse nele as cores que ele via nela? E se fossem apenas seus olhos que pudessem captar e distingui-las? Como ele poderia ter certeza de que havia cores nele? E se ele fosse preto no branco e não como ela, um arco-íris?

Por sorte ou não, o sinal tocou.

Sofia ainda esperava por respostas. Respostas essas que não viriam hoje. Talvez amanhã, nos próximos cinqüenta minutos.


quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cinquenta Minutos.


Ele não era pop. Ele sabia disso. Ele gostava de não ser. Ele não gostava de estar no centro. Ele não se achava muito bonito. Ele tinha olhos cor de mel. Ele era magro e usava calças legais. Ele tinha um all star e gostava dele, dentre eles, era o único que gostava. Ele não falava muito e era muito envergonhado. Ele gostava de Zeca Baleiro e ouvia mpb.

Ela era engraçadinha. Queria ser mais alta. Gostava de maçã do amor e morangos com chocolate. Era simpática. Gostava de all star, dentre elas, era a única que gostava. Usava cabelos presos e um óculos vermelho. Era magra e tinha bunda. Era concentrada e perfeccionista. Usava brincos pequenos e seus olhos ficavam mais claros quando chovia. Era autêntica. Tinha pele clara e cabelos escuros, tinha as maçãs do rosto coradas e sempre usava a sua blusa verde escura, talvez porque eram da cor de seus olhos.

Acordou, escovou os dentes, lavou o rosto, trocou seu pijama por uma das suas calças, estava sol e então pôs uma camiseta branca leve, bagunçou um pouco mais o cabelo, passou a mochila nas costas e engoliu o leite. Sentado dentro do ônibus a sua musica preferida tocava dentro dos seus tímpanos cobertos pelo seu fone. Não sabia aonde as outras pessoas iam e gostava de imaginar o que elas fariam depois de descer no ponto. Desceu. Andou por mais quinze minutos e descobriu que estava atrasado, o moço que trabalhava na loja de brinquedos do shopping (sabia que trabalhava lá, o seu uniforme o denunciava) havia lhe passado muito antes do que de costume. A senhora, que sempre estava sentada esperando outro ônibus já não estava mais ali e então ele tinha certeza de que estava atrasado. Seus passos agora não podiam ser vistos, eram rápidos demais, quase corria. Sabia que se demorasse mais não a encontraria.

Enquanto estivera no ônibus não se lembrava do quão importante era pra ele, esse momento. Ele parecia contemplar todos os movimentos alheios e se divertia com as frases dos outdoors, pra ajudar as musicas lhe faziam voar alto e esquecer tudo aquilo que lhe afligia. Ele então passava a pensar quais eram as aflições dos autores e o porquê das letras parecerem ser escritas e cifradas exatamente pra ele, como se ele fosse à peça principal dos quebra-cabeças sonoros. Ele nunca achava as respostas, porém, nunca desistia de procurá-las era a sua forma preferida de passar o tempo, além dos livros, as suas teorias eram como escudo pros pensamentos que ele não queria ter. Mais assim que os pensamentos voltaram ao lugar, ele se lembrou do quanto gostava dos primeiros cinqüenta minutos de todas as manhãs.

Como era de se esperar, os enormes portões acinzentados estavam inteiramente fechados. Os cantos dos pássaros começavam a fluir em sua mente, por mais que o trânsito atrás não parasse nunca, as buzinas atordoadas e as motocicletas ensurdecedoras, não havia mais nada que ele pudesse ouvir além do silêncio em sua própria mente. Hoje o dia não teria a mesma graça. A paz que lhe concedera todas as manhãs havia sido sequestrada. Era difícil pra ele. Mais difícil ainda era se livrar dos pensamentos que ele não queria ter! Seria um dia longo, ao invés de sorrisos dos quais ele se lembraria a tarde toda, hoje, especificamente, ele iria se lembrar do quão lento alguém podia ser. Iria se lembrar das pessoas que lhe passaram, das musicas que tocaram se lembraria até do gosto amargo que a falta dela lhe traria. Tudo que ele queria era um pouco da doçura que os olhos traziam, queria mais das suas palavras pra tirar o pouco de fôlego que lhe restava. Hoje ele não precisava que o tempo mudasse, fizesse sol ou fizesse chuva, hoje, ele não iria reparar nas mudanças de cores que a natureza concedia. Esses pensamentos eram ainda mais difíceis.

Com o sol lhe batendo no rosto e sem poder enxergar, sentiu por entre os raios uma leve brisa passar, os cantos dos pássaros se esvaíram e então um novo acontecimento mudou o seu dia. O sorriso tomou conta, a sua perna bambeou, o coração bateu no primeiro instante, depois era como se tivesse parado, não havia sinal vital, mais havia borboletas em seu estomago, a certeza de que ainda estava vivo. Uma porta se bateu, ele podia ouvir alguns passos e eram passos inconfundíveis pra ele. Era como uma nova musica e essa sim, cifrada especificamente pra ele e talvez por ele mesmo.

Era ela, Sofia, linda, como em todas as manhãs que nesse momento, conseguia lembrar. Ela não estava com o sorriso preferido dele, ele não via as covinhas das bochechas e nem o formato que o seu rosto fazia todas as vezes que ela estava feliz, sorrindo. Mas ela estava lá. E isso era só o começo.

- Seria apenas coincidência ou o destino que soprava a favor de Erick?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Cria, criatura, criador. Pega na minha mão, me guia.

É pequeno, mas tem a capacidade de fazer o nosso mundo girar de acordo com as batidas do seu coração. Você para o mundo; os nossos olhos ficam paralisados, ressecados, sem pestanejar só te adimirando, poderiamos passar dias a fio, assim, olhando suas caras e bocas enquanto dorme; rindo do seu sorriso de canto, fácil e bobo. Você que está nos rendendo longas e incansáveis risadas, dentro de um quarto pequeno com mais de meia duzia de pessoas, falando alto, comentando e rindo dos problemas alheios que são tão pequenos - que Deus nos perdoe por tantas besteiras- quando olhamos a grandeza do seus pequenos olhos, que observam tudo com tanta atenção.

Cada gesto seu é como se fosse uma vitória. Vitória sua, que nós pegamos e comemoramos, sem ao menos pedir. Olhando pra você as coisas parecem se encaixar, se não fosse você, não seria nenhum outro. A sua boquinha de chinelo, são o refúgio do seu dedão - que é mais um microdedinho, tão gelados, mesmo com as suas luvas enormes que não se encaixam de modo algum à suas mãos. A sua microorelhinha, que insiste em dobrar todas as vezes que você é trocado de colo, sem piedade. Os seus olhos, arregalados que observam a tudo, nos mínimo detalhes. Seu pézinho, que é a coisinha mais perfeita e gelada, mesmo com três meias e uma mão, tentando esquenta-lo e não obtendo sucesso. Desse tamanho, tão pequeno e tão frágil, você é sim, encantador e cativante.

E
mbrulhado com fraldas, roupinhas e macacões. Enrolado em dezenas de mantas e cobertores, você nos faz ser mais fortes. Você nos faz olhar a vida por um outro ângulo, com outras dimensões e mudar o rumo de planos que fizemos até aqui, os nossos sonhos estão, de todas as formas, aumentando, você se inclui automaticamente em todos os pedacinhos do futuro destino, enquanto nós aqui, babamos.

domingo, 26 de abril de 2009

Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou se entender não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.

Um dia, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai.

No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, porque nela o que impera mais que tudo é a lealdade. É a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância.

quinta-feira, 26 de março de 2009


Sentimentos não são folhas de papéis em brancos que se encontram em latões de lixo de escolas. Eles podem não ser muito bem definidos, más não são papéis em brancos. São folhas coloridas e sortidas, com desenhos, formas e aparências especificas.
Eles são como quaisquer outros.
Eles mudam a cada novo amanhecer.
Eles mudam conforme humor.
Mudam conforme tratamento.
Mudam conforme aproximação.
Mudam pelas aparências.
E mudam de novo pelas não aparências.
Eles mudam pelo que são.
Mudam por aquilo que não são.
Mudam.
Amanhã pode ser que mude.
Ou não.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Se isso não é amor, o que mais pode ser?


Porque distâncias são meras pedras, são fagulhas que nos interrompem. São ciclos vividos, são fases passadas, são caminhos novos a percorrer. São luminárias acesas para um novo começo em um novo destino.

Distância alguma separa o que é guardado, ausência alguma muda aquilo que fica por dentro.

E depois de todos esses nossos anos, depois de tanta coisa vivida juntos, depois de risos e choros, de espontaneidade, sinceridade, coragem, depois dessa nossa união, do nosso apego, afeição, depois de tantos abraços, conselhos, depois da família reunida, dos amigos feitos, de todas as bobagens faladas, de tantas besteiras feitas, depois de tudo compartilhado, de tudo contado, de exatamente T U D O acompanhado e depois da despedida o que nos resta a pensar é que ainda há muita coisa pra viver.

É uma página que viramos, e viramos juntos, nós nunca fizemos nada que o outro não soubesse, nós nunca fizemos uma piada sem que isso se espalhasse, nós nunca conseguimos não sentir falta um do outro, nós nunca conseguimos ficar sozinhos, nós nunca conseguimos pensar só em nós e não pensar no todo, nós nunca fizemos planos que não incluísse o bando inteiro, nós nunca sequer pensamos o quanto seria doloroso dizer um tchau, porque dizer adeus não é de se cogitar e não é agora que isso está sendo feito.

Essa nova vida é apenas uma longa passada, porque os corações estarão sempre juntos, porque os planos pro futuro continuam sempre seguindo a mesma trilha de pensamento, será sempre uma trajetória com integrantes permanentes, será sempre uma mão no bolso e a outra fazendo um grande circulo, entrelaçando braços, sem nunca estar com os vãos dos dedos vazios.

Não importa se mais dez pessoas importantes apareçam na nossa estrada, não importa o quanto os outros nos façam felizes, porque juntos nós somos I N S U B S T I T U Í V E I S. Juntos nós temos força pra seguir em frente, juntos nós temos todo o tempo do mundo, juntos nós somos completamente quem nós queremos ser, juntos nós somos os mais felizes possíveis e isso não vai mudar. N U N C A.

O que é nosso está guardado. O que é nosso será S E M P R E nosso. E trazemos isso com o coração. Porque distâncias são meras pedras no caminho... E o nosso amor...O nosso amor está acima das coisas desse mundo!

- Se isso não é amor, o que mais pode ser?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Você é a calçada em mim.


Eu gostaria de poder fingir, brincar de esquecer, de esvair tudo e deixar que vá embora.
Mais eu não consigo... Porque todas as vezes que eu olho pras calçadas, lindas e sujas eu me lembro de você... Você é exatamente como elas, são coloridas em desenhos desalinhados e me fazem ficar fixada, olhando sempre pra elas..por mais que as folhas e flores das árvores sejam bem mais bonitas e limpas, é pra essa calçada suja que eu sempre olho quando estou caminhando. E você é assim, sujo... mais cativante, desalinhado e desordenado, me deixa confusa e sem chão. Talvez eu queira um último abraço seu e nada mais.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Gêmula.


Marina, mesmo quando eu digo tudo, é sempre muito pouco pra você.

Você já deve saber, mais vale à pena relembrar... Você sempre foi alguém que nos deixava um tanto quanto ansiosos.
Quando éramos apenas um feto, era por vo que nós esperávamos dias, semanas, pra nos enfurnar dentro daquela sua casa, às vezes suja... Mais com um cheiro de imaginação que tanto nos encantava... Você fazia com que os nossos fins de semana passassem como num piscar de olhos e até hoje você traz a Raquel das nossas brincadeiras, dentro dos seus olhos de criança... Lembrando que nós sempre queríamos mais... Porque as nossas brincadeiras nos fizeram o que somos hoje, quando você era a Raquel e eu era a Kely, numa brincadeira aonde arrumávamos tudo e queríamos ser irmãs, aonde não bastava o nosso verdadeiro parentesco de primas. Hoje nós temos essa certeza de que realmente somos essas irmãs da infância, somos crianças até hoje e isso faz com que a nossa essência permaneça intacta e viva dentro de cada uma de nós... E assim como naqueles tempos, até hoje, é por você que nós sempre esperamos... Agora, você não traz mais só essa sua alegria tão viva, você traz consigo, toda uma beleza encantadora, você traz um ar de aconchego e ainda sim a descoberta pro novo.

E é inevitável não dizer sobre você e essa sua essência tão viva. Você é o açúcar mascavo mais doce que se pode falar, e pra você eu desejo tudo àquilo que tanto nós demonstramos, eu desejo esse AMOR. Foi com ele que nós caminhamos durante essa vida toda, foi por causa dele que nós nos tornamos o que somos hoje, é por ele que nós manteremos tudo vivo na memória. Que durante toda a sua caminhada, haja um fio de esperança correndo ao seu lado. Que a sua felicidade seja como o sol, que nasce todas as manhãs e que mesmo por entre as nuvens, você sabe que está lá e que com toda a certeza do mundo, ele vai aparecer. Que os seus sonhos sejam à força dos seus dias e que seja por eles que você acorda todas as manhãs e que essa paz que você traz nunca se esvaia. Você é como essência de bolo, que nós colocamos pra dar cheiro e um colorido especial. Com você o mundo sorri mais vezes, ele gira com todas as cores possíveis, você faz saudade e faz falta.
Obrigada por partilhar todas as suas conquistas, vitórias e derrotas durante essas tantas primaveras, obrigada por nos ajudar a ser quem somos e por partilhar quem você é.

Sem você, nada teria graça. Eu te amo muito, minha gêmula e eu te quero, pra vida toda. Parabéns!

ps.: Siga as letras em negrito.